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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Acabou.Pronto.

 

diploma

Mais um ano que acaba e um outro que começa. Muitas vezes dizemos que o ano que virá será diferente e que o ano que se foi, foi o melhor de todos os já vividos... Para mim não é verdade. A única verdade é que com esse ano acaba-se também uma fase quase interminável da minha vida. A minha graduação em Letras na Universidade de São Paulo.
Começei a minha trajetória na faculdade em 2003 sem pensar em como terminaria, tanto não pensei que ela não terminou mesmo... Cheguei à 2010 e agora está quase no fim. Amanhã entrego a ultima avaliação.
Não é nada importante, nada difícil demais, nada impossível.  Ainda assim eu não consigo pensar em mais nada além desse final impensado e quase impossível.
De todas as formas que eu já fantasiei, e digo fantasiei porque nunca cheguei a pensar realmente , que essa graduação acabaria nunca nada se aproximou do que estou sentindo agora.
Não é alívio, não é leveza, não é felicidade... Não é importante. Simplesmente acabou.
Não costuma ser assim o término de uma longa fase, normalmente as coisas deixam saudades mesmo quando ruins deixam um "quezinho" de nostalgia. Não sinto nada. Pareço aquele personagem sem alma que não dá a mínima para as coisas antes consideradas importantes, claro que a faculdade não chegou ao ponto de me tirar a alma, mas alguma coisa de mim ficou alí como base de troca.
Definitivamente não sou a pessoa que eu era quando entrei pela primeira vez naquelas salas de aula feias e velhas, nem sombra da pessoa ingênua e inútil que que se sentia o máximo em ter passado na USP e nem um pouco a pessoa que achava que conseguiria alcançar os sonhos. Saio daqui muito maior, não sei se melhor e esse não saber faz parte da pessoa que me tornei depois de tudo.
"Só sei que nada sei." Parece ironia mas é a pura verdade.
As coisas que eu pensei que sabia, as coisas que eu achava que não fazia idéia, coisas que eu tinha certeza que não existiam e que não eram possíveis tudo se misturou e se reverteu. Dizer o que eu aprendi, bom... Isso é bem difícil. Dizer que eu não aprendi nada, isso seria mentira.
Sei que a mala que eu carrego agora é bem maior e está cheia de aberturas e caminhos possíveis de seguir. Já não me lembro das promessas que fiz quando entrei, não sei se deixei de cumprir alguma ou se fiz mais do que devia. Mas queria pendurar isso aqui como um selo de qualidade que terá mais valor do que meu próprio diploma.
Saio como entrei, sozinha. Nesses corredores não deixo amigos, amores, nem saudades. Tento deixar algumas lembranças e um pedaço de mim que, mesmo que insignificante e invisível, vai pairar por algum tempo junto com a poeira do giz da sala de aula mais escura desse prédio velho e feio.

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